Até agora, eu preciso:
1) Uma árvore de natal. Suave, hahaha. Sem ela não tem nem graça começar a pensar no assunto e, infelizmente, eu estou sem. Mas isso é temporário, já comecei a tomar providências nesse sentido (esse ano estrearei o natal com algo inédito - se tudo ajudar -: Uma árvore de natal emprestada
2) Luzinhas coloridas/Luzinhas brancas. Dos meus três rolos, só um estava funcionando. Eu preciso de pelo menos mais três. (Dois para colocar na árvore emprestada e um pro corrimão da minha escada).
3) Extensão. Enquanto eu sei que extensões não são parte da decoração natalina, sem elas nada acontecerá - uma vez que minhas luzinhas, sim, aquelas que eu ainda não comprei e pretendo colocar na árvore que ainda não peguei emprestada, não vão piscar, brilhar e serem felizes se não estiverem com a bundinha devidamente encaixada em uma tomada.
4) Guirlanda. Eu não posso colocar nada do que nós temos na porta, está deprimente e eu quero alegrar o natal, não acabar com ele.
5) Um milhão de dólares. Entre decoração natalina, presentes de natal, viagens e minha wishlist querida, não há dinheiro que aguente (especialmente se você, como eu, mal está conseguindo se dobrar em três para pagar a passagem da faculdade, a comida do dia e ainda conseguir sair no fim de semana). O dinheiro será extremamente bem vindo. Pode cair no meu colo quando quiser agora.
Para não dizer que tudo que envolve o natal tem mais me dado problemas do que satisfação até o momento, hoje eu enviei minha inscrição para o Jily Secret Santa! ♥ Eu, que já sou louca por a) natal, b) amigo oculto e c) Jily, não poderia estar mais contente de estar participando. Mal posso esperar pra ganhar meu presente! (E, é claro, já estou surtando e entrando em total-control-freak mode para tentar conciliar isso + decoração da casa + trabalhos/provas de final de período da faculdade sem estragar nenhum deles) Entrei na brincadeira na sessão de graphic art (com desenho) e fic. Estou extremamente curiosa para ver a wishlist da minha/do meu amiga(o) secreta(o)!
Enfim, preciso parar de enrolar e ir estudar, fazer trabalhos, escrever o esboço da minha oneshot natalina e arrumar coisas fofas para decorar minha casa pro natal. 22 and counting!
1) Fazer o resumo de Direito Cambiário e de Teoria das obrigações. (prova dia 04/12)
2) Fazer o trabalho de Constitucional (para o dia 16/12)
3) Descobrir o que vai cair na prova de Filosofia do Direito (dia 17/12)
4) Dar aquela olhadela desesperada de último minuto na matéria de francês que você disse que ia revisar e não estudou (e é amanhã às 9h!!!)
5) Comprar os presente de natal. (Na verdade esse devia ser 'ter ideias brilhantes do que dar de presente de natal', mas eu gosto de fingir que eu já passei dessa fase angustiante)
6) Começar a escrever meus prompts. (Procrastinator lvl 99)
7) Ligar para a dermatologista (amanhã de manhã).
8) Ir ao centro comprar a decoração e etc's para São Pedro. (ANTES da semana do reveillon, de preferência!)
9) Aprender a mexer na lava-louça (vou precisar parar de ignorar a pilha se acumulando na pia em ALGUM momento da minha vida.)
10) Surtar porque não consegui pensar em presentes de natal decentes (!!!!!!)
+ Fazer a decoração natalina de casa pra ninguém além de mim mesma.
- Current Mood:
predatory
- Current Music:The kooks - Naïve
Ou, ao menos, foi o que Louise sempre achou. Desde nova tinha essa mania de associar tudo, era quase uma obsessão – as pessoas a palavras, os cheiros a sabores, quanto menos óbvios melhor, músicas a momentos, sapatos a sentimentos e daí por diante. Não foi diferente com as estações do ano.
O inverno lhe recendia a saudade, a primavera a louça chinesa – colorida, linda e delicada, o verão a sexo, apressado e passional, e o outono... A poesia.
Não saberia dizer em que momento da vida associou a estação à poesia e embora fosse ter adorado sentar para ler William Blake sob as árvores no outono, não o fez. Cresceu num apartamento sem árvores e numa cidade em que o outono não era uma estação muito marcante.
Mas a partir de algum momento bastante singular e iluminado, talvez quando mudou-se para o Vancouver, talvez quando viu as árvores despindo-se pela primeira vez ou ainda quando as páginas de seu livro antigo de Emily Dickinson adquiriram a mesma tonalidade das folhas outonais, Louise soube que o outono era pura poesia.
De rimas e ritmos tão próprios que teria um estilo muito indivisível, atômico, não comparável nem a Shakespeare, nem a Keats, nem a T.S. Elliot. O outono seria uma poesia em si mesmo, em seu cheiro, suas cores quentes, suas tardes frias.
No vazio dos dias e da vida, uma estação com sabor de poesia era algo a se esperar! Enquanto os dias fossem ordinários para todos os outros, Louise teria um segredinho muito seu que somente afetava seu nariz, sua visão e seu humor. No outono, ela sentia que tudo incandescia, iridescente. Nos vocábulos, monossílabos e versos alexandrinos o dia passaria com ritmo de música e então ela dançaria pelas ruas, ao sabor do vento, procurando, quem sabe alguém com quem dividir aqueles versos tão íntimos.
Talvez encontrasse, nessa menina ou naquela, ou quem sabe em cada uma a seu momento, mas não para sempre. Somente enquanto durasse o outono e seu ritmo de aquarela e suas rimas de sensualidade abstrata. E seus dias, seus beijos e suas vidas.
É a nossa pequena tradição.
Eu que sempre imaginei o passado recente com um ar tão glamourizado que o presente jamais poderia se equiparar, me sinto em um momento atemporal. Existe essa estrada de curvas infinitas, ladeadas de tantas árvores e tão altas que é difícil ver o céu, é um recanto bem no meio da cidade grande de paredes cinza e olhares hostis. E nós sempre passamos por aqui e a partir do momento que começamos a subir, essa subida lânguida e comprida, parece que fomos transportados para um outro mundo, um outro tempo, um lugar só nosso, onde não existem compromissos ou obrigações e podemos ser tão irresponsáveis e eternamente jovens como sempre desejamos ser. Aqui somos quem queremos ser e aqui nos amamos loucamente, durante esses poucos minutos, com o carro subindo a cento e tantos quilômetros por hora e a risada quase surda, nos amamos como nunca nos amaríamos em qualquer outro lugar.
São gotículas de felicidade inesgotável, inexplicável, inexaurível. Somos só nós na infinita dança astral, somos partículas de poeira cósmica, somos estrelas, somos galáxias inteiras, somos deuses. Somos infinitos. E toda a diferença é esquecida e glorificada ao mesmo tempo em um êxtase de não pertencer a mais nada que não eu a você e você a mim.
Chegamos ao cume, rápida e violentamente e o mundo vira de cabeça para baixo e finalmente descemos, descemos livremente com um sorriso no rosto, daqueles sorrisos raros que poucas pessoas tem a chance de experimentar. Não é um sorriso só de lábios e dentes e músculos, nem mesmo um sorriso que alcance os olhos e a alma. É um sorriso maior, um sorriso de comunhão com o todo, um sorriso de todas as eras e vidas passadas, um sorriso cru e amoral. Um sorriso lindo que liberta de todas as amarras.
É a nossa mais preciosa tradição.
Quando o carro atinge o outro lado, depois de termos deslizado pela descida como raios triunfantes, subitamente toda a magia acaba e somos novamente só duas pessoas comuns, em um carro velho ouvindo rock. Somos um clichê cultural tão grande, de brigas tão convencionais e um amor tão lugar comum. Somos dois, que passeiam de mãos dadas entre idas e vindas. Mas lá, no nosso esconderijo secreto, lá somos um. E para lá continuaremos a retornar, como viciados em buscar de minutos de felicidade, sempre.
- Current Music:Baby I'm a fool - Melody Gardot
A thing of beauty is a joy for ever:
Its lovliness increases; it will never
Pass into nothingness; but still will keep
A bower quiet for us, and a sleep
Full of sweet dreams, and health, and quiet breathing.
Therefore, on every morrow, are we wreathing
A flowery band to bind us to the earth,
Spite of despondence, of the inhuman dearth
Of noble natures, of the gloomy days,
Of all the unhealthy and o'er-darkn'd ways
Made for our searching: yes, in spite of all,
Some shape of beauty moves away the pall
From our dark spirits. Such the sun, the moon,
Trees old and young, sprouting a shady boon
For simple sheep; and such are daffodils
With the green world they live in; and clear rills
That for themselves a cooling covert make
'Gainst the hot season; the mid-forest brake,
Rich with a sprinkling of fair musk-rose blooms:
And such too is the grandeur of the dooms
We have imagined for the mighty dead;
An endless fountain of immortal drink,
Pouring unto us from the heaven's brink.
50 fatos cinematográficos sobre mim que ninguém perguntou ou quer saber:
(Uma amiga bastante perspicaz colocou em sábias palavras: Se o gigante acordou, que bom! Agora vamos colocá-lo para estudar.)
Não entro no mérito da questão pura e simplesmente pelo desgaste de todas as discussões que já engendrei por conta do assunto. Até o meu próprio ~ativismo de facebook~ já deixou bem claro meu posicionamento pessoal e o meu medo. Porque eu tenho medo - e muito! - desses protestos. Não medo do Bope, do choque ou da PMERJ, por mais terríveis que eles sejam. Não medo de ir a rua defender à toda voz o que se acredita. Mas um medo profundo, gélido e aterrador de uma massa
No momento, não quero pensar em nada disso.
Hoje estou em franco estado de negação.
Hoje estou em franca depressão com o que está acontecendo.
Hoje não quero ouvir minha voz interior, por isso mesmo que não desejo escrevê-la.
Amanhã é um outro dia e amanhã todos nós teremos - temos - uma imensa responsabilidade de por os pingos nos is e não deixar que as coisas se degringolem de maneira ainda pior. Amanhã precisaremos de mais organização, liderança, foco. Teremos de aprender e ensinar quais são as atribulações, poderes e limitações de um presidente para que não se repitam/compartilhem as insanidades que saem da boca dos ignorantes e dos mal-intencionados. Amanhã teremos que aprender o peso de um impeachment e parar de gritar isso pros quatro ventos como se fosse uma solução adequada que, de repente, fosse curar a endemia que tomou conta da política nacional. Amanhã terei que escrever sobre tudo isso e mais um pouco e estar pronta pro que der e vier. Amanhã terei que insistir que as pessoas leiam o conteúdo factual do PEC 37, 33 e de preferência todos os outros PECs e PLCs que estão em trâmite, porque todos nos interessam. Amanhã precisaremos de menos Jabour, menos Pelé, menos Ronaldinho, menos Jornal Nacional. Amanhã precisaremos de mais livros de história, mais pesquisa, mais acesso aos sites do Plenário, Congresso, MP, amanhã precisaremos de mais consciência na hora das eleições e de mais conhecimento de IDEOLOGIA PARTIDÁRIA para escolher seu candidato não apenas por seu discurso arrumadinho ou seu rostinho bonito no horário eleitoral, mas principalmente pelo substrato que o sustenta e impulsiona. Hoje vou me deixar ter medo, porque amanhã ele não poderá ficar no meu caminho se é que eu desejo mesmo mudanças estruturais.
(E isso serve pra qualquer um)
- Current Music:Your heart is as black as night - Melody Gardot
Outro dia, me perguntaram, assim, meio do nada:
"Você acredita que duas pessoas que estavam envolvidas em um relacionamento podem manter uma amizade após o término?"
Sinceramente, não é uma questão que eu tenha dado muita atenção durante a vida. Usualmente quando eu termino alguma coisa, termino de verdade, sem muitas idas e vindas. Isso porque términos de qualquer tipo de relação só acontecem quando eu tenho um motivo muito forte para romper, quando já está inexpurgável, inaguentável, e, se eu cheguei a essa conclusão, eu prefiro seguir em frente. É mais fácil e, na maioria das vezes, mais são. No entanto, eu nunca terminei um namoro.
E essa sim deve ser uma das situações mais esquisitas da vida. Soa inacreditável, bizarro até, pensar que aquela pessoa com quem você almoçou nu sobre a cama num domingo de preguiça,que te viu dormir e acordar, te beijou com bafinho, acompanhou um determinado período da sua vida com uma intimidade singular, brincou com seu cachorro, conheceu um lado seu que será pra sempre somente dele(a), dividiu alegrias, tristezas, sexo, suor, lágrimas, risos, fotografias, momentos, simplesmente não vai estar mais lá. A vida tem dessas coisas e uma intimidade tão imensa pode se pulverizar em um segundo.
Talvez seja possível manter uma amizade. Se o término for do jeito menos traumático possível, honesto, humano. Mas para mim ainda soa difícil. Como olhar para aquela pessoa com quem um dia você dividiu uma parte tão única da vida e conversar banalidades? Como evitar aquela troca de olhares cúmplices antes tão comum, tão erótica? Ou um toque, uma memória... Como transformar em amizade o que um dia foi paixão? Sendo uma pessoa pouco dada a meio termos, acho isso tão complicado, tão torturante!
Acredito que seja possível dependendo da natureza das partes envolvidas. A minha não é muito tendenciosa a seguir por esse caminho, de verdade. Acho que pode ser gostoso ter um amigo que te conhece tão completamente, mas ao mesmo tempo isso me assusta. É conhecer demais sobre mim, saber demais o que esperar, como me atingir, como me satisfazer. Tenho um grande medo de grandes amores que se transformam em grandes amigos.
- Current Mood:
hyper